21.10.12

Paulo Gorjão lembrou-se dos "malucos do riso" eu acho que é mais para chorar

Se o Ministério Público não tem dúvidas que a chamada para Passos Coelho não tem relevância penal porque é ela transcrita e "foge" para os jornais? Alguém a pôs a correr. Quem na justiça procura estes momentos de opereta ou é imaturo ou inapto, o que já seria mau, ou tem uma agenda em relação à democracia representativa que é mais para chorar que para rir, o que seria muito pior. Perante a recorrência destas coisas, rimos de quê, a não ser da patetice dos que na política esfregam as mãos de contentes por cada embaraço provocado a terceiros?

Adenda depois de ler no vaievem o tratamento dado pela imprensa a esta vaga de escutas no Vaievem. Revejo-me totalmente na conclusão de Estrela Serrano sobre este episódio:  À parte as questões semânticas e jornalísticas, a verdade é que o poder judicial continua a revelar a sua capacidade de marcar a agenda política e jornalística. Venham de onde vierem, representem ou não “avisos” ao poder político, correspondam ou não a cumplicidades e interesses mútuos entre agentes da justiça e jornalistas, as fugas de informação minam a justiça e o jornalismo, isto é, minam a democracia.

Adenda 2. E, poderemos, caro Paulo Gorjão aceitar que,  independentemente da sua licitude e regularidade, há determinadas conversas que hoje em dia não se pode ter ao telefone em Portugal. É uma triste realidade, mas é a que temos? Não será, já, aceitar uma diminuição substancial da qualidade da vida democrática, admitir a possibilidade de remeter por medo e auto-censura conversas que se julga não reprováveis para a esfera da semiclandestinidade?

Sem comentários: